Já aqui não vinha há muito tempo.
Na verdade não tenho tido a mínima vontade de escrever. Nem neste contexto nem noutro contexto qualquer.
Estou a viver uma altura de decisões. Pessoais. Intransmissíveis. Daquelas para a vida.
Mas nunca fui grande guionista. Os encadeamentos de sequências, de histórias de vida, sempre me pareceram um exercício duvidoso e inútil.
Não gosto de projectar desejos e angústias pessoais para personagens ficcionados. Também não gosto por aí além de os viver, de forma epidérmica. Gostava de poder ter, como agora se diz, um distanciamento crítico sobre os acontecimentos que sou obrigado a experienciar.
Mas isso é o aspecto definidor de qualquer vida: o facto de não a podermos viver por fora.
Também gostava de ser menos imaturo, puto e irresponsável, e ainda menos teimoso e obstinado. E talvez, também, menos arrogante, sobranceiro e egoísta. E (mais) menos algumas coisas ainda.
Mas não temos de ser perfeitos para viver todos os dias. E eu não quero viver todos os dias sozinho.
Acho que não, que não quero.
Por isso acho que sim, quero.
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