28 julho 2005

the final countdown

Fitter Happier - Radiohead

"This is the Panic Office, section nine-seventeen may have been hit. Activate the following procedure:

Fitter, happier, more productive,
comfortable,
not drinking too much,
regular exercise at the gym (3 days a week),
getting on better with your associate employee contemporaries,
at ease,
eating well (no more microwave dinners and saturated fats),
a patient better driver, a safer car (baby smiling in back seat),
sleeping well (no bad dreams), no paranoia,
careful to all animals (never washing spiders down the plughole),
keep in contact with old friends (enjoy a drink now and then),
will frequently check credit at (moral) bank (hole in the wall),
favors for favors,
fond but not in love,
(...)
no killing moths or putting boiling water on the ants,
car wash (on Sundays),
no longer afraid of the dark or midday shadows
nothing so ridiculously teenage and desperate,
nothing so childish,
at a better pace, slower and more calculated,
no chance of escape,
concerned (but powerless),
an empowered and informed member of society (pragmatism not idealism),
will not cry in public,
less chance of illness,
(...)
a good memory,
still cries at a good film,
still kisses with saliva,
no longer empty and frantic like a cat tied to a stick,
that's driven into frozen winter shit (the ability to laugh at weakness),
calm,
fitter,
healthier
and more productive

a

pig

in

a

cage

on

antibiotics."

Férias.
Só preciso de férias.
Longe daqui, do computador, dos backups e dos e-mails.
Apenas com livros, sol e silêncio.
Depois sim.

"Calm, fitter, happier, healthier and more productive."

Obrigado.

25 julho 2005

Fake Plastic ______ (fill in the blank)

Os recados. As notícias. As reflexões.
Os posicionamentos feitos de avanços e recuos que, de tão previsíveis, se tornam tão tristes...
A falta de arrojo. Os jogos de xadrez em tabuleiros de polietileno. Ainda por cima é tudo plástico e inox hiper-areado. Sem brilho, sem novidade, sem preservar qualquer sabor. E que, de tão gasto, nos leva a crer que o plástico sabe bem.
Os Radiohead já tinham falado disto. A única diferença é que, pelos vistos, a gravidade (no sentido da qualidade do que é grave) nem sempre ganha.

Fake Plastic Trees

A green plastic watering can

For a fake chinese rubber plant
In the fake plastic earth

That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns

He used to do surgery
On girls in the eighties
But gravity always wins

And it wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love

But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run

And it wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out

And if I could be who you wanted
If I could be who you wanted
All the time, all the time.

:-(

12 julho 2005

Descanso emocional

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,

Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...

Álvaro de Campos

07 julho 2005

Um dia e um caminho, dois dias e um caminho...

Um dia destes hei-de ganhar coragem.
Para te dizer que contigo apetece.
Sempre.
Estar.
Viver.
Decorar uma árvore de Natal.
Ir e vir.
Não ir e não saber nada acerca da vinda.
Não saber o porquê.


"A vida de cada homem é um caminho em direcção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o esboço de uma vereda. Nenhum homem chegou a ser ele mesmo totalmente; no entanto, cada um aspira chegar, uns às cegas, outros com mais luz, cada um como pode. Todos levam consigo, até ao fim, os restos do seu nascimento, viscosidades e cascas de um mundo primário. (...) Todos temos em comum as nossas origens, as nossas mães; todos procedemos do mesmo abismo mas cada um tende à sua própria meta, como uma tentativa e uma projecção desde as profundidades. Podemos entender-nos uns aos outros, mas interpretar é algo que só cada um pode fazer consigo mesmo."
Herman Hesse, Demian

03 julho 2005

As palavras mais importantes

Todas as palavras que escrevi e todos os segundos que demorei a escrevê-las valem quase nada.
Um compasso de 3 segundos. Um estalar de dedos. Uma vida.
Tanto tempo a escrever. Tanto tempo a respirar. Tão pouca urgência em valorizar o que realmente importa.
Aqui estão as palavras, os intervalos, os silêncios, o que realmente importa.
E que tal participar, com urgência, com as palavras mais importantes? As palavras que realmente nos definem?

As palavras que compõem o nosso nome.
As minhas palavras já constam da lista.
Ide e multiplicai a mensagem.