26 agosto 2005

Urgência e languidez

Vivemos num tempo fugidio. Cheios de esperanças e medos recalcados.
Vivemos num sopro. Cheios de pressa e urgência.
Vivemos demais. Mas vivemos de menos.

Escreve-se demais.
Vê-se demais.
Fotografa-se demais.
Pergunta-se demais.
Racionaliza-se demais.

Nunca houve tantos comentadores, especialistas e contactos.
Nunca houve tantas ferramentas de comunicação que nos obrigam a escrever, a ler, a estar sempre contactável.

Se for possível quero paz e silêncio.
Quero não fazer parte deste tempo de urgência do registo.

Se for possível quero perder-me.
Andar longe ou perto ou nem sequer saber que passei por lá.

Não quero a urgência do registo.
Quero de volta a languidez de existir.

1 comentário:

Elsa disse...

Vivemos demais o menos...