01 novembro 2005

Um texto de demissão...

bem catita, por sinal:

Venho por este meio apresentar oficialmente o meu pedido de demissão da categoria dos adultos.
Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as ideias de uma criança.
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero que as complexidades da vida me passem despercebidas e quero ficar encantado com as pequenas maravilhas deste mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações. Estou cansado de computadores que falham, de toneladas de papel que me dão cabo da cabeça, de notícias deprimentes, de contas para pagar e da necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe.
Não quero ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida.
Quero ter a certeza de que Deus está no céu.
Quero viajar à volta do mundo no meu barco de papel.
Quero atirar pedras à água e ter tempo para olhar para as ondas que elas formam.
Quero acreditar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.
Quero ficar feliz quando as flores nascerem e quando os frutos nas árvores amadurecerem.
Quero poder passar as tardes de Verão à sombra de uma árvore.
Quero que a maior competição em que eu tenha de entrar seja um jogo de futebol.
Quero voltar ao tempo em que só sabia o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, o jogo da macaca, porque não fazia a menor ideia das coisas que ainda não sabia.
Quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, das palavras gentis, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar.
Quero convercer-me que tudo isto vale muito mais do tudo o resto.

Já acordei :-(

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